25 de agosto de 2014 Enviado por Beni Domingues beni-domingues chato inconformado insatisfeitos pessimista satisfação tempo trânsito
Inconformados insatisfeitos
Os tipos mais difíceis de se conviver são os insatisfeitos. Enquanto a pessoa está só inconformada, por conta de suas posições e desejo de melhora, tudo bem; trata-se até de um tipo interessante. Vira problema quando a irritação transforma-se em modo de vida. Governo, seleção, prefeitura, condomínio, trânsito, pedágio, estacionamento do shopping, programação da TV, vendedores ambulantes, flanelinhas… Tudo e todos são alvo do seu inconformismo. Ele não aceita mais a coisa como está e pronto. Quer mudança, já! Tudo bem, também quero, mas o duro é a chatice.
O inconformado crônico é chato. Na fila, na feira, na rua, na fazenda ou numa casinha de sapê. Até na praia, de férias, a areia quente demais ou o preço da casquinha de siri podem fazer surgir um discurso sobre um futuro melhor para nós todos, que, na prática, ele pouco faz para tornar realidade. Além de falar, resmungar, postar ele ainda nos quer nessa cruzada. E não adianta debater, existe um grau de chatice que deixa a pessoa surda.
E quando o inconformado dá os primeiros sinais de insatisfação absoluta? O que já era ruim, pode ser pior. Mais chato ainda. Sim, isso é possível. O inconformado-insatisfeito é o tipo de pessoa que quando está frio reclama da temperatura que deixa a água gelada, o vidro embaçado e os lábios rachados. Quando está quente o calorão insuportável dos infernos é alvo de maldições e xingamentos. Pobre do ventilador que nada mais faz do que jogar seu ar abafado pela sala.
Mas e se temperatura estiver amena? Tipo, na casa de deliciosos 22 graus? Aí ele vira profeta. Diz que vai esfriar de novo, ou que amanhã vocês vão ver, vai esquentar como nunca, culpa dessa mudança climática, que um dia ainda acaba com a saúde da gente.
Por andar observando, principalmente nas redes sociais, a cada dia maior presença de inconformados-radicais-insatisfeitos-de-plantão, estou me policiando ao máximo. Com medo de já ter sido contagiado sem saber. E se eu já virei um chato inconformado? Ou um ex-satisfeito? Nossa Senhora do bom-senso, valei-me. Não permita tal desventura.
Vou acender uma vela. Juro que adoro quando está 22 graus, não odeio o flanelinha e nem acho que preço da casquinha de siri esteja pela hora da morte. Ah, no calor o chuveirão lá de fora é uma benção e no frio a sopa é boa e o cobertor também, amém!!
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