1 de abril de 2014 Enviado por Miúcha Carvalho colunistas miucha-carvalho burlesca burlesco dança dança burlesca dançar dançarina feminina mulher mulheres
Dança Burlesca – Autoestima em alta
Que a dança, seja ela qual for, é capaz de elevar a autoestima e melhorar a qualidade de vida e saúde de qualquer pessoa é fato incontroverso e já comprovado por diversas pesquisas e estudos. Mas a diversidade de estilos de dança é tanta que muitas delas acabam não sendo tão divulgadas e acabam não chegando ao conhecimento das pessoas.
Cada estilo de dança possui características próprias e é voltada para determinada finalidade. Com isso, acaba atraindo um determinado tipo de público. Um estilo relativamente novo e que vem ganhando espaço é a dança burlesca. Para falar dela, é importante contextualizar a mesma e sua origem.
O burlesco como conhecemos hoje, também chamado de neo burlesco surgiu na década de 80 e o estilo descende originariamente da Commedia dell’arte, que surgiu no século XIX, tendo como marca registrada a comicidade e a sátira ao modo de vida das elites da época. Alguns dizem que o strip-tease teria sido incorporado ao estilo visando manter a audiência interessada nos espetáculos, mas sem dúvidas, o estilo foi marcante e decisivo na mudança da visão que se tinha da mulher dentro dos espetáculos.
Hoje, o chamado neo burlesco tem como uma das principais representantes a artista Dita Von Teese. O estilo traz atualmente artistas mais performáticas e inclui o strip- tease com uma conotação muito mais sensual que sexual. Com isso, despertou o interesse de homens e mulheres.
Enquanto outros estilos considerados sensuais exigem um corpo dentro dos padrões ditados pela mídia (mulheres magras e malhadas), o burlesco apresenta mulheres “normais”, como todas nós. Mulheres mais fartas, sem implantes de silicone encontram espaço sem maiores dificuldades no estilo, que preza pela sensualidade e originalidade. Um exemplo é a artista Dirty Martini, que após sofrer preconceito desde seus 9 anos de idade por ser classificada como “gordinha”, ganhou destaque como dançaria burlesca e chegou a trabalhar para o estilista Karl Lagerfeld.
No burlesco, as dançarinas não ficam completamente nuas, sendo característico o uso dos pasties (adesivos para mamilos) e tapa sexo, deixando o espectador sempre esperando pelo momento da nudez completa, o qual não se realiza. Hoje podemos encontrar em escolas de dança aulas de dança burlesca, caracterizada por ser uma dança sensual que promete ensinar a arte de se despir às mulheres.
Ao contrário do que pode parecer num primeiro momento, não há nada de machista nessa arte, pelo contrário. A dança burlesca, permite a libertação das mulheres, pois por ter como característica a performance, a teatralização, permite que a mulher expresse sua sensualidade da maneira como desejar, respeitando seu estilo próprio, seja ele mais sensual, mais tímido ou mais cômico, diferente do strip-tease tradicional onde há um estereótipo a ser seguido.
Por permitir que cada praticante tenha seu próprio estilo, a dança burlesca eleva a autoestima das praticantes, pois permite que se conheçam mais e tenham total liberdade para se expressarem. Poucas coisas são mais libertadoras e deixam as pessoas mais autoconfiantes que se conhecer, superar seus limites e a dança permite isso em qualquer modalidade.
Para ilustrar e mostrar um pouquinho do estilo, escolhi um vídeo de uma artista brasileira chamada Sweetie Bird, cujo link está aqui:
Mais do que uma dança que ensina a arte de despir para seduzir alguém, o burlesco exige a auto sedução a auto aceitação. Permite que qualquer mulher, independente de idade ou forma física possa praticá-la e fazer uma linda performance de maneira única e respeitando seu próprio estilo.
O burlesco representa uma libertação dos estereótipos que vemos por ai, da ditadura por tipos físicos irreais. Ele representa o sensual, o erótico, o belo ao alcance de todas as mulheres, de forma democrática e possível. Mostra que ser única e aprender a se amar torna qualquer mulher maravilhosa, sensual e sedutora!
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