Thursday, 18 de April de 2024

Mais de trinta

Muitos encontros e desencontros

Entre encontros e desencontros existe você.
Sabia?
Escuto por ai que falta amor, gente interessante, mas confesso que o que falta mesmo é disponibilidade.
Muitos casais terminando e outros recomeçando, isso pode assustar muita gente. Vamos aos poucos esquecendo os bons momentos juntos de quem amamos e só lembramos os projetos que não ocorreram.
Fechamos-nos em casulos e afirmamos que do amor não vamos mais beber…
Para quem termina um lance, uma historia ou um grande amor, de fato o que sobra?
Um pedaço rachado do coração, o luto, chorar ou logo tentar se refazer , tentar o mínimo da sensação e do alivio de dever cumprido. De algum modo a gente sempre acha que deve suportar as coisas até seu limite.
Às vezes nos faltam afinidades, às vezes nos faltam amor. O importante é lembrar que nem sempre o amor salva tudo. Desculpa se te venderam a ilusão de que o amor cura todas as dores, mas ele apenas ameniza – o que cura tudo é a sabedoria. A sua maneira como age e vê o mundo é que determina o curso do amor…

Não acredito que o amor se some só aos iguais, tão pouco que os opostos se atraem. Acredito que as diferenças são oportunidades de algo novo, mas que sem afinidades não chegamos a lugar algum.
Não me refiro a afinidades do tipo, ela gosta de jazz e ele de rock. Ela vive de dieta e ele ganhou aquela barriguinha. Ela é da noite, ele do dia… A gente fica junto por que gosta de dividir e se não existir nada para aprender com quem se ama, quando a rotina bate – ninguém fica se aturando por “amor”.

O drama acontece porque queremos mudar no outro justamente a razão por que nos apaixonamos. A liberdade do outro, a forma como leva a vida de forma leve…
Só que demais de um tempo, achamos que a leveza vira desinteresse, que o individualismo vira egoísmo…
E a gente se perde nas sensações, no ciúme, no orgulho e na posse.
As maiores reclamações “deles” – é que antes tudo podia. A maior reclamação “delas” é que antes tudo era charme e conquista…
A verdade é que quase ninguém prefere o amor – A calmaria, o silêncio e o cotidiano. Para não ser radical – alguns até gostam, mas no fundo no fundo, há quem prefira a paixão ao amor.
O problema não são as exigências dela ou o pouco que ele dá.
Na verdade tudo gira em torna da expectativa que colocamos nas coisas. De como não perdemos a fé em mudar o mundo e as pessoas.

Nossas frustrações querem colocar nomes nas nossas culpas. Nossa frustração quer vitimizar o incontestável. Damos a razão de nossa felicidade nas mãos dos outros e se eles frustram nossas expectativas – errados são eles, mas somos nós, os responsáveis quase que totalitários por nossos terrenos.
Dividir a vida com alguém não é sucumbir suas vontades – muito menos a do outro.
Dividir a vida com alguém é aceitar que mesmo compromissado essa pessoa possa ser livre.
Porque antes de sermos par, somos impares.

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