Thursday, 18 de April de 2024

Mais de trinta

O que o mundo quer de nós e o que esperamos do mundo?

De bem com o mundo

De bem com o mundo

Fico pensando nisso diariamente, sobre o que levamos dessa vida e como será que lidamos com a informação de que no fim tudo acaba e o que sobra mesmo é o que vivemos, já que o que você vive ninguém rouba.

Porque custamos a dar valor aos amigos importantes que fizemos, as boas festas, as lindas viagens, os bons amores, as lições das perdas, as noites de risada e lágrimas. Cada pedaço de momento. Realmente para nós, pobres mortais largar mão do “ter” para “ser” é uma evolução pouco disponível. Ninguém quer sofrer, embora em toda evolução haja dor.

Ninguém cresce só de felicidade e de acertos. O desejo de mudança vem da premissa de que as coisas não estão boas.

Apressamos nossos dias com relógios pontuais e compromissos de trabalho, com a conquista dos bens materiais, com o acumulo de tralhas.

O dia a dia corrido que faz com que a gente nem repare na beleza das ruas, no contraste do cinza com o azul do céu. As nossas necessidades vitais foram corrompidas, deixaram nossas relações estremecidas e nossos corações confusos. O mundo adulto ficou muito chato, pouco aberto, pouco lúdico, cheio de questões que precisam ser respondidas na hora.

O desejo é que as respostas sejam exatas e nada queremos com as coisas complexas. Ou é ou não é.

Onde foi parar a nossa calma. Vivemos conectados com qualquer coisa, com medo da solidão, com um medo voraz do silêncio, com medo de nossa própria companhia.

Transmitimos nossa carência e desespero as pessoas, procuramos culpados quando não somos correspondidos, procuramos uma aceitação vinda de qualquer parte, olhos atenciosos, elogios… Buscamos enobrecer nós mesmos com aquilo que falta no outro. Queremos até certas vezes que nos invejem e pensem que somos felizes, sem problemas, que em nós não habita fraqueza. Pura bobagem…

Postamos fotos de lugares, de pessoas, de momentos, mas esquecemos de vivê-los.

E no final de tanta procura esquecemos o que estávamos procurando.

Ninguém é feliz sozinho, o que nos faz procurarmos pessoas que cessem nossas inquietudes. Mas sinto informar, essa inquietude é intransferível. Dentro de si estão guardados todas as nossas necessidades e o resto é compartilhado. As relações são pura troca. Não há dor que ninguém possa sanar – se não você mesmo.

Você pode dividir e cansar de andar só, dando com a cabeça na porta, mas as escolhas e responsabilidades são suas. Não acho que ninguém seja fraco, apenas alguns são mais sensíveis do que outros, mas a maturidade chega à porta e você se vê precisando crescer e se amparar sozinho.

Ninguém consegue também fazer alguém feliz se não está bem. Você também precisa doar aos outros o seu melhor e inevitavelmente vai se formando uma enorme corrente de amor e luz.

Quando você conseguir entender seus sentimentos e como são seus olhos perante a vida, vai entender que apoiar alguém é incondicional do que você prega em sua vida. Vai amar as diferenças e vai dividir as suas diferenças também.

Vai entender o papel de cada um dentro de uma relação, vai saber dividir-se quando precisar.

Será mais amoroso quanto necessitarem do seu amor, mais amigo quando precisarem da sua fiel e leal amizade e mais forte quando precisarem da sua força. E inevitavelmente vai crescer, florescer, expandir.

Na verdade suas fragilidades nunca serão amparadas com totalidade. Ser feliz é compartilhar de momentos felizes, é aceitar as crises no casamento, é suportar as escolhas diferentes de seus filhos, é ouvir conselhos e opiniões que não goste. Ser feliz é equilibrar o bom e o ruim da vida e das pessoas. É olhar positivamente para as coisas e pessoas. É ter um bocado de fé, seja no que for.

Com o tempo, você entende a sua responsabilidade com o mundo, a sua função na vida das pessoas, reconhece as suas emoções, seus limites, a hora de entrar e sair. Aprende a sair de situações de quais não precisa passar a colocar pontos finais em relações pouco sadias e a não acomodar com o que lhe incomoda.

Assim, você começa a entender seu lugar no mundo. Acaba aquela sensação de vazio e de estar ocupando apenas um lugar no espaço.

Vai se iludir mesmo, caso não entenda que ninguém pode ser aquilo que se deseja. Aprenda a confiar mais na sua intuição e escutar realmente seu coração. Faça o que ele pede. A razão é boa conselheira, mas deixam mais arrependimentos, o coração nunca erra. Ele tem vontade, pulsa. Use a sabedoria e a consciência, mas jamais esqueça o que bate e vive dentro de você.

Seja responsável pelas suas ações, pelo que fala e como age e sem sombra de dúvidas a felicidade lhe encontrará.

Faça sua parte, marque no mundo a sua força. Como a reza diária pratique o bem, seja gentil com os rancores dos outros, seja paciente com a demora dos outros, dê amor a quem tem mágoa.

Não procure no outro só o que falta em si, procure quem te complete em outras formas. Procure também os iguais. Quem tem sempre um conselho verdadeiro, quem tem uma palavra amiga, um sorriso aberto e um abraço quente.

Não dependa dos outros, dependa apenas de si. Mas peça ajuda se precisar. Dê aos outros, somente o que também quer receber.

A realidade é quem lhe amar vai ficar por perto e é isso que nós todos merecemos. Uma corrente de energia boa, cheia de amor, cheia de coisas que podemos aprender.

Prefira a calmaria à relacionamentos intensos e viscerais. Procure moradia na calma.

Permita-se assim, mudar os ares, a pensar ao contrário do que sempre achou certo, permita-se mudar de idéia.

Por fim, seja feliz. O mundo te oferece os mecanismos e você os coloca em ação.

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