Wednesday, 24 de April de 2024

Mais de trinta

Um livro sobre morrer e viver

Lancei meu primeiro livro ano passado. O Crônicas Domingueiras para se ler aos Sábados é uma ousadia da Editora Pindaíba, com apresentação da escritora Stella Florence, de quem sou fã e amigo e prefácio da jornalista Marcela Ximenes. Nasceu da insistência do pessoal do jornal onde eu trabalhava, do apoio que recebi em casa, da força de quem patrocinou, da crença de Janú Schwab (o editor) e da palavra final da Stella, que sabe o quanto aquela orelha no livro vale para mim.

Crônicas Domingueiras

Crônicas Domingueiras, de Beni domingues

Dele surgiram outros projetos. O mais precioso está em processo de crescimento e trata de um tema delicado, profundo, misterioso. A publicação de histórias de pacientes com câncer, que voltaram de coma profundo ou tiverem experiências conhecidas como quase-morte.

A cada entrevista que faço, gravação arquivada, história contada , ganho maior convicção de que trata-se de um trabalho repleto de responsabilidade e encanto.

Já faz um tempo que a literatura sobre o tema tem me atraído. A cereja do bolo é um livro da Dra. Rachel Naomi Remen, chamado Histórias que Curam (Conversas Sábias aos pés do Fogão). Que não é necessariamente uma publicação sobre o fenômeno que trato no Crônicas sobre Morrer e Viver, mas um apanhado de belas e comoventes histórias de pessoas com quem ela conviveu, em seu pioneiro trabalho de psicologia oncológica.

Ela me inspira, mas a fonte de vida está mesmo nos encontros que tenho com quem narra as experiências pelas quais passaram. Vou à casa desses pacientes em meus horários de folga. Como trabalho num Hospital de Câncer, acabo tornando-me próximo de pessoas que tem algo importante a dizer. Sobre como a doença chegou em suas vidas e em alguns momentos o morrer e viver se confundiram entre imagens e sons indecifráveis, cheiros, luzes, túneis, paz e uma infinidade de detalhes inexplicáveis.

Cada um, a seu modo, tem contado e detalhado o que garantem ter visto e sentido. Antes, durante e depois da doença ou do coma.

Se fosse só um trabalho técnico eu resumiria a publicação como uma pesquisa, um trabalho que profissionais são incentivados a fazer em suas instituições. Aqui na Fundação Pio XII – Hospital de Câncer de Barretos, esse incentivo é parte do dia a dia.

Mas é mais que isso. É algo pessoal e sobrenatural. Sei que em algum momento percebi que deveria escrever esse livro. Os apoios que tenho recebido, o anseio de alguns para que sua nova vida esteja também nessas páginas, alimentam a veia do escritor cada dia mais.

Te convido a torcer, ajudar, aconselhar e, no futuro, ler o livro. Assim que estiver para nascer volto a falar dele. Certamente a mensagem será viva, mesmo que a morte tenha chegado tão perto.

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