Thursday, 25 de April de 2024

Mais de trinta

As relações vistas por outro ângulo. O ângulo do amor

amor eterno?

amor eterno?

Esse texto não é para pessimistas, nem para quem bate a porta quando uma relação acaba.

É para quem sabe que o amor é cafona para caramba, mas ainda assim a coisa mais linda dessa vida. Para quem acredita que é mesmo impossível ser feliz sozinho e que para ser um casal incrível é preciso que os dois respeitem a individualidade e seu crescimento paralelo. Para quem sabe ser livre e deixar livre.

Esse texto tem amor, tem esperança e tem afeto. Esse texto é para quem vê o fim como recomeço. É para quem permite- se, para quem quase ou sempre acredita no destino e tem fé. Esse texto é para você, que deixa a porta sempre entre aberta. Esse texto é para você que ainda acredita na felicidade e no amor.

Outro dia conversando com uma amiga perguntei por que sua relação tinha terminado. Ela com os olhos cheios de lágrimas simplesmente disse não havia dado certo. Logo questionei sobre quanto tempo haviam estado juntos, ela respondeu- 4 anos.

Não conhecia os acordos da relação dos dois, nem sei ainda o real motivo pelo termino, também não sei quem sofreu mais ou menos, se existia amor ou se alguém fez alguma tremenda bobagem e quebrou o acordo que fizeram. Não me interessa os detalhes, a não ser que ela quisesse dividi-los. Afirmei que a razão de qual ela me relatava “que não deu certo”, não era a maneira correta de ver o fim.

Tentei convencê-la de que deu certo, muito certo. Foram quatro anos de uma relação que deu certo.

As pessoas mudam juntas e também separadas dentro de uma relação. Os gostos, os medos, os jeitos. Ele jamais fora aquele menino que ela conheceu. Ela jamais seria aquela mesma mulher que ele olhou a primeira vez. Aquela paixão que não durou a relação inteira e quando decidiram que havia certo desconforto com a calmaria que o amor têm.

Haviam mudado juntos. Havia muito dele nela e vice versa. O jeito como gesticulava com as mãos, algumas palavras do vocabulário dele, amigos em comum e gostos pelas mesmas musicas. Como renegar que tudo isso foi bom? Como dizer que crescer não deu certo.

O fato de não ter dado certo “para sempre”, não justifica que deu errado.

Aposto que nesses quatro anos fizeram viagens incríveis, compartilharam segredos, riram e choraram, colocaram a disposição todo o tempo que tiveram, dividiram, se ajudaram. Aposto que houve também brigas, ciúmes, gritos, abraços, sexo quente e morno. Talvez alguns insultos, o que não me cabe julgar as razões desse casal.

Em todo termino existem infinitas acusações sobre quem errou e quem se deu mais a relação. Para mim uma tremenda bobagem. Todo mundo sabe que o amor precisa ser cuidado e regado, mas que ele pode perder sua força. O mundo adulto entende isso. Você pode relacionar-se com algumas pessoas e sempre achar que a relação foi mais especial ou diferente de todas que viveu.

Mas no fundo ninguém fica junto sabendo que vai dar errado. Todos nos aceitamos ser par porque queremos acreditar no “para sempre”.

Mas os dias mudam. Acordamos nos achando feios ou incrivelmente bonitos. Dia de amor e ódio. Dias de saudades, dias de enjôos, dias… Todos eles, em todas suas formas. Todas as relações tem seus dias singulares e o dia fatídico em que se decidem se separar.

O bom da relação é entender que todas essas sensações fortalecem o que precisa ser fortalecido.

O para sempre é algo que ninguém pode governar. É terra de ninguém. O para sempre é agora. O para sempre tem mais haver com presente do que com futuro.

Essa promessa frustra quem termina amando mais que o outro. Essa promessa frustra quem deixou de amar.

Se a decisão é para sempre? Quem sabe. Talvez não se possa viver a vida dedilhando as coisas, com medo de correr atrás daqui um tempo, caso mude de idéia. Vale-se correr os riscos da felicidade a dois ou só. Vale o tempo separado para a certeza que querem voltar e fazer diferente.

Então eu disse, tenha fé amiga. E é claro que no desespero dela, ela não me entendeu. Mas posso afirmar que essa questão de dar um tempo na relação serve de muita coisa. Faz até com que o fim possa virar recomeço.

É preciso cessar o grude, colocar a cabeça para pensar. Lembrar que você pode se divertir de novo, que pode se acostumar a dormir sozinho. A solidão faz com que você também de mais valor as coisas que não deu quando podia dividi-las.

Pegue seu tempo. Pense, repense. O amor tá ai, possui esperança.

Mas é preciso pensar livremente. Saber que nossas escolham refletem em reações das quais não sabemos e que toda cartada jogada nunca é em vão. Nunca é para magoar e sofrer. É para evolução e crescimento.

É nobre arcar com a sua escolha, com o seu compromisso com a felicidade. Com seu compromisso com o coração e com a pessoa que foi, e ainda é tão importante para você.

O acordo é dar certo enquanto ainda houver amor ou o acordo é dar certo, enquanto for bom aos dois?

O amor nem sempre salva tudo, às vezes acaba com tudo. Por amor não devemos aturar uma relação em que já não somos mais felizes. Não procure culpados. Liberte-se, liberte o outro.

Não pense tanto no amanhã, certamente ele vem e trará surpresas das quais nem estaremos preparados.

O amor dá certo, o tempo necessário. Aprendemos tudo que nele há e as marcas cicatrizam através do tempo. Vai te modificar – Não tenha medo.

Comentários

Comentários

Conteúdo exclusivo e promoções

Cadastre-se

Cadastre seu e-mail para receber as atualizações do Mais de Trinta e ser informado de promoções exclusivas para assinantes. Você receberá duas mensagens por semana!