Tuesday, 19 de March de 2024

Mais de trinta

É difícil simplificar o amor?

Verdade seja dita, não tem macumba, oração ou reza – que faça a gente esquecer alguém da noite para o dia. Não tem receita para curar o mal do amor. Não tem receita para retirar do peito a saudade e a lembrança.

Não existe nada que faça você ter plena certeza que fez uma escolha errada, até porque na vida é preciso cometer desatinos.
Não tem jeito, você dirá inúmeras vezes que vai embora, mas está lá – de corpo e alma, inteira na relação que escolheu criar raízes.
Muita coisa é dita, com carinho, com raiva ou com magoa – mas o amor prevalece. Nem sempre intacto, porque deixa espaços abertos, mas está lá. Disponível.
Mas esqueça se acha que a resposta chega só com sim ou não.
O amor é aquilo que gente não entende muito bem, e nos serve de muitas maneiras, até descobrimos força onde não tínhamos. Água no deserto.
Somos o que somos. Na companhia de alguém até podemos ser melhores, mas continuamos com a nossa essência, intransferível. É verdade que o amor tem poder transformador, mas da mesma forma que transforma a pessoa em melhor, o amor pode despertar um lado pior.
A verdade é que o amor acaba. Fica insosso. Fica triste
A verdade é que o amor também florescer. Expande.
Não há como saber, só vivendo.

Talvez tenhamos dito mais do deveríamos, brigado mais do que deveríamos. Pego no pé, até implorado certas vezes, para que não ficássemos mudos, para que os silêncios não ocupassem todos os cômodos da casa. É que alguém de nós fica, mas só de corpo presente.
Necessitamos coragem para partir, levando o bom do que restou. Sem implodir qualquer gesto ou a espera do tempo incerto.

Mas a gente tem disso, de querer achar o máximo de respostas que encaixe em casa episódio. Desabafamos com quem dá e nada adianta. Compramos conselhos tolos ao invés de ouvirmos nossas razões. Nenhuma faísca daquilo que chamo de vontade, nos deixa em paz.
Criamos bloqueios e defesas, para defender a pessoas dentro da gente, das nossas próprias acusações. Só para arrumar um motivo para ficar. E ficamos. Vamos levando…

Dizem que é fácil sair de uma relação – discordo. Por alguma razão a gente quer ir até o fim, enfrentar com dignidade as pessoas e o mundo, as derrotas e nossos fracassos. Não perdemos a esperança de contagiar com amor e carinho o coração do outro.
Só que para quem vai ou para quem fica a dor pode até ser diferente, mas ela existe. Há quem renega que sofra. Há quem se julgue verdadeiramente forte e auto-suficiente. Só que é em par que a vida anda.

Dividir a vida com alguém, firmar compromisso, obrigações e mesmo assim ser livre é o que faz de nós pessoas fortes. Juntar forças e fraquezas.
Até dá para enganar os outros, mas nunca a si mesmo. O coração da gente é que não dá para enganar.
Acontece que por idealizações ou expectativas a gente cobra além do que o outro tem para dá. Quem dá diz que dá muito, quem recebe reclama do “pouco” que recebe.
E o coração engana a gente, achando que culpados sãos eles, enquanto a gente vive a vida dependendo do sim do outro. Quando a gente preenche nossa vida apenas com a vida do outro, só com o que o outro tem para dar. Aumentamos a consagração dos momentos difíceis e desmereçamos as coisas boas como se fossem meras obrigações.
A verdade é que nunca estamos satisfeitos. Copo sempre cheio.
Esquecemos as mesas postas de café da manhã, esquecemos os abraços nos momentos de carinho, os beijos na boca, o filme no sofá ou até desromantizamos a ida ao mercado.
O que será que é mesmo o amor?

Você é o responsável pelo seu sorriso, o outro é complemento. Vem para somar. Agora, se subtrai de você a sua energia – a sua parte boa… É preciso repensar. Querendo ou não se amar faz parte do processo do amor. Ame-se primeiro, dedique-se ao outro depois.
Quando se está disponível para o mundo, as coisas boas são atraídas para mais perto de você. Não tem atalho. Vá. Faça. Seja. Enxugue a lágrima, segura a emoção e tenha foco.
O que faz um casal realmente feliz é a combinação de objetivos. Esqueça a perfeição das pessoas. Esqueça as cobranças. Doa-se sem pedir nada em troca. Faça sem esperar recompensa. Ame, pelo prazer do amor.

Esqueça de se fazer tantas perguntas das quais existem infinitas respostas.
Porque existem dias bons e ruins, mas o amor há de ser sempre bom – vivido de peito aberto, cheio de espaço, de entrega e de respeito.

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