Friday, 26 de April de 2024

Mais de trinta

Entre uma casa e uma bicicleta

Tudo na vida é questão de escolha, seja uma casa, ou uma bicicleta

Tudo na vida é questão de escolha, seja uma casa, ou uma bicicleta

Sabe aquela máxima: Comprar uma bicicleta ou casar? Então, comprei uma casa.

Sim, irei casar, mas não sei como será. Sempre imaginei como seria meu casamento. Em qual igreja. Precisa ser numa igreja? Se eu iria me emocionar. Com o evento ou com as contas? Então, como um bom geminiano, sempre via os lados prós e contras dessa fase da vida.

Quanto mais o tempo passa, mais sábio ficamos para algumas coisas. Comecei mesmo a imaginar se casar é tão importante assim, digo casar no sentido de igreja, festa, álbum. Pois não imagino (mesmo) que isso seja o mais importante em um relacionamento.

O casamento no papel nada mais é do que um belo contrato de sociedade, todo mundo sabe disso. O que vale é a vivência do dia a dia, o companheirismo e a amizade, assim como a intimidade de duas pessoas que escolheram formar algo junto. Talvez a festa de casamento represente isso perante a sociedade e tal, mas realmente o casamento serve para algo? Não digo na parte contratual do evento já que dele obtém-se vários direitos e responsabilidades perante a sociedade. Mas digo no sentido de comemoração. Para que ele serve?

Na sociedade brasileira, pelo menos para a grande maioria, o casamento é uma troca entre um público e seus artistas, no caso, o noivo e a noiva. Fornecem àqueles uma bela festa com comes e bebes, diversão sem fim, e, alguns poucos, conhecidos como padrinhos, fornecem o pagamento do evento na base de troca com mercadorias produzidas no exterior como eletrodomésticos, móveis, noz-moscada ou outros tipos de condimentos.

Desta forma, na base da troca, é possível realizar casamento no Brasil. E haja espaço para padrinhos e madrinhas dentro da igreja. E esperar eles todos entrarem, tirarem a foto, e irem para trás do altar esperar os outros trinta casais entrarem.

Mas comprei uma casa em vez de gastar com casamento. Agora, eu e minha namorada iremos mobiliar e modificar algumas coisas. Com o dinheiro que iriamos gastar num casamento, pretendemos investir na casa.

O que é prioridade na sua vida?

O que é prioridade na sua vida?

Do meu ponto de vista é um investimento muito mais válido do que gastar com uma festa apenas onde poucos vão realmente gostar, muitos vão falar mal e muitos outros vão falar pior ainda por nem terem sido convidados. Sei que minha namorada não pensa muito dessa mesma forma, e a cada instante sou lembrado disso. Não digo que me abstenho de casar com ela no papel, ou mesmo de fazer um evento, talvez trocar alianças pulando de paraquedas ou nadando entre tubarões (ambos já positivamente negados), mas pretendo sim fazer algo com relação a esse evento tão importante para alguns.

Talvez a mulher, menina, jovem, veja o casamento na igreja, de branco, como algo importante para seus sonhos e realizações pessoais. Mas como tudo na vida, nem sempre é do jeito que pretendemos. Nunca me casei, mas já estou estudado no assunto, e pare de ler esse texto agora quem já é casado e não concorda que alguma coisa sempre dá errado no casamento. Seja por aquele microfone que falhou ou aquele tio bêbado que parou a caminhonete do lado do salão de festas e ligou um Axé alto para “todo mundo” curtir. Sim, isso aconteceu.

Mas comprei uma casa e não paro de repetir isso inclusive como justificativa para ainda não ter ficado noivo e nem por pensar muito nisso agora. Talvez invertendo as coisas eu consiga conciliar realmente o que isso tudo significa na minha vida. Já ouvi vários relatos de pessoas falando que o casamento causa um peso para a relação e que muitos não aguentam esse choque térmico, inclusive pessoas que já moravam juntas. E também gastar absurdos com casamento e festa para depois pagar aluguel ou ir morar num quarto nos fundos da casa dos pais não é para mim. Considero-me mais inteligente que isso. Sei também que em muitos casos não é questão de inteligência, pois, às vezes, gastar com um casamento e ir morar de aluguel ou num quarto nos fundos da casa dos pais são a única opção. Sei também que é tudo uma questão de gosto ou condição financeira. Mas utilizo esses pontos acima como justificativas.

Estou feliz com minha escolha. Comprei uma casa.

Tento não ser um ogro ao escrever tudo isso, pois sim, imagino uma festa de casamento numa casa antiga, a beira de um lago, com poucos e importantes amigos e familiares e espero poder, não dar, mas conquistar isso junto com minha namorada e futura esposa. Mas também sei que na sequencia da casa, vem filhos e mais contas e esses sonhos vão ficando para trás e no fim minha namorada percebe que meu plano maligno desde o começo era esse e HAHAHA (risada maligna) ela agora é minha escrava para o resto da vida até que um príncipe venha salvá-la e a gente brigue na justiça pela guarda do filho e do cachorro.

A verdade é que, de cada sonho, 30% dele não se realiza restando 70% dele bem realizado, mas aqueles 30% talvez seja o mais importante de todo o sonho. No meu caso, nessa idade sonhava sim em ter uma casa própria. Mas não uma em que eu peido no quarto e sintam o cheiro na sala, desculpe o palavreado, mas é verdade.

Resumindo, comprei uma casa, mas muito ainda tem que acontecer e vamos ver como vai ser. Cabe a cada um de nós fazermos planos, mas como eles vão ser realizados não depende só de nós. Muitos fatores influenciam as coisas ao nosso redor. No meu caso, a casa ainda nem saiu do financiamento para eu possa fazer algo. Tem muito sonho pela frente, ainda.

Então não percam o próximo episódio neste mesmo horário e canal ou num cartório próximo de você.

E não se esqueçam de que a casa eu já comprei. Viu Cris.

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