7 de março de 2014 Enviado por Redação mais-digital tendencias algoritmos estudo jornalismo pesquisa robôs sistemas softwares
Como um sistema de algoritmos pode influenciar no jornalismo
Se compararmos como o mundo era há uns anos atrás e como ele está agora, em questão de tecnologia, certamente vamos passar alguns minutos de boca aberta. Há dez anos os celulares mal mandavam um SMS, e hoje conseguimos realizar uma vídeo chamada com alguém que está do outro lado do mundo em alguns minutos, ou então, com apenas 2 cliques no computador temos acesso à informações de diversas fontes ao mesmo tempo, sem precisar ir à banca comprar o jornal. A tecnologia assusta, porque apesar de ser completamente útil e conveniente, ela se encontra num ritmo de evolução que poderá nos pegar de surpresa uma hora ou outra.
Um artigo de Steven Levy para a revista Wired que fala sobre algoritmos e conteúdos de notícias debate bem essa questão, o tema é “Pode um programa de algoritmos escrever uma notícia melhor que um repórter humano?”, uma situação totalmente possível para a atualidade e que gera não só a expectativa da evolução tecnológica, mas também a visão de um novo comportamento humano. A resposta para essa questão de acordo com Clerwall, um professor de mídia e comunicação na Universidade Karlstad na Suécia, foi “sim”.
Clerwall pediu para que 46 de seus alunos escolhessem e lessem 1 de 2 matérias (essas duas matérias foram reescritas em cima de uma reportagem antiga sobre games) que foram postadas em um site de fãs, uma das matérias foi produzida por um jornalista de Los Angeles, e a outra por um programa de computador baseado em algoritmos, que através de comandos separa as informações por introdução e parágrafos, criando um texto em formato padrão. Após a leitura, os alunos foram orientados a avaliar o texto lido pela sua qualidade de conteúdo e sua credibilidade, e em seguida, classificá-lo com 12 palavras de acordo com a sua impressão: objetivo , confiável , preciso, chato , interessante, agradável de ler, claro , informativo , bem escrito , útil, descritivo e coerente. Usando o programa Mann-Whitney, que avalia a variável entre 2 grupos independentes, Clerwall chegou a um resultado bem interessante.
No geral, o texto produzido pelo jornalista foi classificado como agradável de ler, claro e bem escrito, enquanto o texto feito pelo software foi classificado como descritivo, informativo, preciso, confiável e objetivo. Um texto muito descritivo pode causar o sentimento de ser chato de ler, depende da pessoa, mas evidencia um potencial tecnológico que é capaz de ser um grande marco para o jornalismo, no sentido positivo e negativo da coisa.
Por que uma pessoa deixaria de ler um texto produzido por um robô, sendo que as informações são as mesmas e está tudo bem explicado? O que vai diferenciar é o gosto pelo tipo de leitura, um pouco mais “chata”, mas não deixa de ser um conteúdo relevante. Essa situação inicia questionamentos, “será que robôs poderão produzir um conteúdo equivalente ao de um jornalista?”, “em algum momento a nossa fonte de informações será em sua maioria, produzida por algoritmos?”, “até que ponto a evolução tecnológica vale a pena”, ou ainda “daqui há um tempo estaremos sob o controle de softwares?”.
O que você acha à respeito? Clerwall deixou o seu parecer:
“Eu estou bastante certo de que em um futuro não tão distante, mais conteúdo jornalístico (ainda mais elaborado do que vemos hoje ) provavelmente será produzido por computadores (ou algoritmos )”
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