15 de abril de 2014 Enviado por Sylvia Gatto colunistas sylvia-gatto acreditar agradecer agradeço determinação deus fé gratidão persistência religião
Agora só agradeço
Foi preciso cinco décadas e mais dois anos para que eu deixasse de reclamar, de lastimar.
Fujo da lamentação. Evito julgar, senão, ei de sentenciar.
Não mais me revolto, evito oscilações de humor e confesso que não é fácil.
Deus é alegria, tristeza é falta de fé e sofrer é opcional.
Olho ao redor e vejo pessoas que mais parecem atores de tragédias gregas (eu já fui assim). Transformam tudo em tragédia para justificar o medo, não importando o tamanho dos problemas ou se realmente existem, já que a maioria é criação do ego.
Então, agradeço. Agradeço pelo que tenho, pelo que não tive, pelo que terei, pelo prazer, pela alegria, pelo que passei, mesmo que tenha sido sofrível, porque sei que me serviu de aprendizado, agradeço infinitamente porque sei que as leis universais são justas.
Transformação é a palavra-chave. E como não aceitar a vida incondicionalmente sem passar por mudanças concretas? Dizer que sou assim e morrerei assim é infantilidade, quem amadurece muda e muda rapidamente, a cada dia, a cada momento.
E mudanças podem ser contagiantes; quantos caem na tentação das falhas morais? Por quê na nossa cultura aceita-se cada vez mais esses deslizes? Por que a contaminação disseminou-se, a maioria sempre vence e a maioria pensa assim.
Então, o contrário, se se viver sob as regras da integridade, a contaminação também pode acontecer. O bem, o respeito, também podem ser contagiantes. Mudar é preciso.
Por isso passei a aceitar tudo com a devida reflexão dos porquês. Olhar pra dentro de si e tentar enxergar os motivos das bênçãos e das provas da vida. Revolta não leva ninguém a lugar nenhum.
A intolerância é a pior doença, não tem dó, não tem clemência, deixa tantas cicatrizes nas pessoas, nos Países. A vida não é uma luta, é um fluxo de correnteza por onde navegamos, uns passeando, outros se rebelando, mas, todos no mesmo oceano de escolhas.
Quem leva a vida como se estivesse num campo de batalha acaba por não receber medalhas e sim cicatrizes, dolorosas marcas a ser regeneradas.
Fé é pensamento, a intensidade da fé é o veículo que pode levar o pensamento ao infinito ou a poucos metros de distância. Vivemos todos sob uma mesma onda atômica, portanto, estamos todos interligados, transubstanciados, emaranhados. O que justifica, senão o ego, as guerras, a prepotência, o ódio, fruto da ignorância, a ganância, a luta interminável pelo poder, se cada ato de cada um reflete em todos? Atitudes são ressonância, ondas que emitimos e voltam, são inexoráveis, sem privilégios de resultados a quem quer que seja.
Sejamos então mais persistentes na paz e mais exigentes na obtenção do conhecimento, afinal, é a chave que abre as portas para se sair do sistema, da mesmice; é a única maneira de evoluir mais rapidamente, sem ter que esperar mais alguns milênios para dar alguns pequenos passos.
Conhecimento é poder. Se bem ou mau usado, depende do nosso sentimento. Optemos pelo bem, sempre, agradecendo sempre, sem espaço para dúvidas. O universo agradecerá e a vida nos protegerá.
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