25 de outubro de 2015 Enviado por Marcelo Vitorino colunistas marcelo-vitorino destaque enem feministas machismo movimentos
O fim do machismo
Li diversas manifestações negativas a respeito do Enem ter uma questão sobre feminismo e também sobre a escolha do tema da redação ser sobre violência doméstica.
Confesso que até pouco tempo eu também teria torcido o nariz e engrossado o coro dos ignorantes. Durante 90% da minha vida, a minha relação com as mulheres não foi lá muito elogiável.
Lembro de uma resposta que dei ao professor de direito penal no meu segundo ano de faculdade. O professor contara um caso de homicídio passional em que uma mulher havia sido assassinada após ter sua infidelidade descoberta. Para mim o assassino estava coberto de razão. O que antigamente contava com orgulho é hoje para mim motivo de profunda vergonha.
Em dado momento da maturidade fiz uma análise sobre meus atos e identifiquei que boa parte do problema veio dos exemplos que “adquiri” ao longo dos meus primeiros anos de vida.
Ninguém nasce machista, é bom que se diga. O machismo é alimentado pouco a pouco em uma pessoa, inclusive nas mulheres, ao longo de situações que presencia.
O machismo deve deixar de ser referência para as futuras gerações, mesmo que para isso precisemos ter coragem acima do esperado. A coragem de escancarar os fatos e falarmos abertamente a respeito.
As mães não devem admitir qualquer tipo de abuso de um homem, não só por elas, mas para que fique claro aos seus filhos que esse tipo de comportamento é inaceitável e que não deve ser reproduzido de forma alguma.
Os pais devem parar com a babaquice de incentivar seus filhos ao desrespeito com as mulheres, tratando-as como objetos e relegando seus sentimentos. Quem da minha geração não conhece a máxima “Que segurem suas cabras porque meus bodes estão soltos”?
O que se espera de nós é que saibamos desencorajar os ímpetos bárbaros que todo adolescente têm, em maior ou menor grau.
É preciso discutir o assunto na mesa de jantar, é preciso mudar o mundo à partir do nosso seio familiar, mesmo que para isso precisemos rever os valores que adquirimos e também assumirmos os erros que cometemos.
Que mais questões sejam colocadas em evidência e que não sobre dogma sobre dogma.
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