Poucos ambientes são tão destituídos de graça quanto o de uma reunião. Se for reunião de condomínio então, Deus me acuda. As pautas, geralmente pensadas por alguém que não falou com ninguém, seguem seu rumo natural até o segundo minuto após os teretetês iniciais. Assim que o primeiro levanta o dedinho e injeta sua  opinião, o debate começa e os rumos se tornam outros, absolutamente imprevisíveis.

Claro que reuniões são importantes. Estou aprendendo a entendê-las melhor e apresentar o máximo de conteúdo colaborativo. Sempre com a tese de que reunião boa é aquela que acaba. Quando elas só servem para agendar um próximo encontro, ou trazer ainda mais dúvidas do que quando começaram,  só comprovam uma  velha  história bíblica.

Entendem os eruditos que para fazer o mundo Deus se reuniu com o Filho e o Espírito Santo. Em sistema de trindade a coisa começou bem,  até que decidiram que alguém ia botar a mão na  terra, ou na massa, e fazer o homem. Daí vai que não deu muito certo. O homem é um bicho que precisa ser repensado. Principalmente aqueles que adoram reuniões. Tenho quase certeza de que  inúmeros debates celestiais tem tratado do tema há milênios.

Tive um colega viciado em reunião. Pra tudo, tudo mesmo, ele queria montar uma rodinha, juntar um grupelho e debater. Com ou sem tempo, sem muito critério sobre a importância do assunto. Geralmente algo que só precisava de um pulso mais firme e um vamos fazer e pronto, passava pela ata.

Já faz tempo que não o vejo. Na verdade a última vez que vi uma mensagem sua ele estava nas redes sociais buscando os antigos colegas de turma. Queria fazer uma reunião pro pessoal se reencontrar e relembrar os velhos tempos. Eu o bloqueei imediatamente.

Não sei se o tal encontro vingou ou não. Mas pro meu saquinho, sinceramente não dava. Vai que como sugestão final ficasse marcada uma nova reunião pra relembrar o que não deu nessa. Me incluam fora, por favor. Sou do tipo pouco reunível…

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