Thursday, 28 de March de 2024

Mais de trinta

Por que as coisas não dão certo ou não são como queremos?

Não sei se isso ocorre com você, mas em alguns momentos eu paro e faço uma reavaliação sobre como estão indo as coisas em minha vida, uma espécie de “hora de assumir a responsabilidade”. Passei a fazer isso quando cheguei aos 28 anos, uma prática recente, mas que vem se mostrando muito útil na hora de explicar porque as coisas simplesmente dão errado ou como as coincidências fazem com que algo dê certo.

Desde novo fui conduzido a me relacionar com muita gente. Primeiro tive a sorte de ter uma família razoavelmente numerosa e poder ver muitos exemplos do que deu certo e errado.

Depois, devido as necessidades profissionais, conheci mais pessoas que jamais imaginei que conheceria em três círculos distintos: político, corporativo e comunicação.

Ao longo destes anos me dei conta que boa parte das pessoas empacam em pontos de suas vidas e não conseguem se dar conta de onde é que estão errando.

Eu também fiz isso… Por muito tempo!

A César o que é de César

Claro que quando as coisas dão errado sempre arrumamos um culpado. O sistema, a criação que recebemos, os invejosos, o governo, o garçom, em suma, qualquer coisa é mais responsável pelos nossos percalços, menos nós.

Em algum momento a pessoa se julga azarada, como se o mundo punisse determinados elementos, dando a estes os ônus do azar, e beneficiasse outros com a tão desejada sorte.

Acredito que há aí uma boa dose de egocentrismo, afinal, o mundo é muito grande para se preocupar com alguém. Quem seria tão importante a ponto de ser escolhido entre mais de 6 bilhões de pessoas para ter benefícios ou prejuízos?

O equilíbrio é a base das relações

O fato é que tudo que há no universo tende a se equilibrar, de alguma forma e é nisso que você deve prestar a sua atenção.

Na física há a terceira lei de Newton, conhecida popularmente por ação e reação, e em fundamentos de várias religiões há alguma menção à causa e efeito.

Você não recebe uma promoção mesmo se empenhando muito? Não consegue estabelecer um relacionamento estável com alguém? Não tem a menor noção de como vai conquistar seus objetivos? Talvez as respostas estejam em você e não no resto do mundo.

A primeira coisa que você deve entender é que nada é pessoal quando falamos em fatalidades. Acidentes de percurso acontecem e, raramente, é porque alguém quis te atrapalhar. Saia do centro do universo!

Quando levamos como ofensa tudo o que alguém pareceu ter feito para nos prejudicar acabamos nos distraindo do foco, daquilo que realmente serve para construir algo de positivo. Fora isso acabamos ficando com raiva, inveja, despeito ou qualquer outro sentimento negativo.

Por que fulano consegue algo, mesmo sendo um babaca ridículo, e eu não? Simples, porque tem algo que você precisa aprender. Ficou alguma coisa fora do lugar e o universo, de forma impessoal, está te mostrando isso.

Certa vez conversei com um terapeuta chamado Marco Darvas, que me mostrou alguns conceitos bem interessantes e que passei a adotar. O “criador” do método terapêutico chamado de “Constelação familiar”, Bert Hellinger, fala em três leis básicas: pertinência, hierarquia e equilíbrio.

Basicamente, segundo o psicoterapeuta alemão, pertencemos a um sistema e temos que seguir as leis dele se quisermos ter êxito. O conceito desenvolvido inicialmente para a família, também pode ser aplicado no corporativo.

Pertinência

Quando tentamos esconder alguém que nos constrange, em casa ou no trabalho, seja por qual for o motivo, quebramos a lei da pertinência, pois todo indivíduo tem o direito a pertencer aquele sistema. O pai beberrão, o irmão criminoso, o colega pobre são exemplos.

Hierarquia

Ao encher a paciência de nossos pais por seus hábitos ou vícios (fumar, por exemplo), quebramos a regra da hierarquia, onde, o mais antigo é soberano ao mais recente.

Equilíbrio

Se, em dado momento, damos mais do que a outra parte pode retribuir, mexemos diretamente com a regra do equilíbrio. Se retribuímos menos do que deveríamos, também.

Acertando os ponteiros

Usei estes exemplos para facilitar o entendimento, mas as explicações podem ir muito além. Para os que se interessarem, diversos livros falam a respeito da constelação familiar, sugiro que procurem.

É muito comum não nos atentarmos à essas regras e, de forma inconsciente, agimos de maneira a nos prejudicar.

De forma simples, toda relação profissional ou afetiva, que esconde algo, desrespeita quem veio antes ou não conta com equilíbrio tende a se dissipar ao longo do tempo.

Antes de sair culpando o mundo, verifique se suas ações dizem respeito aos seus objetivos e se você não anda tomando para si aquilo que não é seu. Esquecer quem lhe ajudou também costuma fazer com que coisas acabem dando errado.

Sei que não é um dos assuntos mais lidos nesse blog, mas não queria parar de escrevê-lo antes de contribuir com ele dessa forma.

Até mais!

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