30 de março de 2014 Enviado por Marcelo Vitorino colunistas marcelo-vitorino amor diálogo dúvida ego elástico fim impossível possível relacionamento
Quando um não quer, dois não duram
Em um mundo onde quase tudo é incerto dado o número de variáveis, só temos uma certeza: tudo que vive, inevitavelmente, morre. Relacionamentos não poderiam ser diferentes. Por mais amor que possa haver entre duas pessoas, há um momento em que o elástico estoura e todos saem com os dedos machucados.
Após um término sobram perguntas a respeito dos motivos que levaram a relação ao fim. Infelizmente, nem sempre as respostas esclarecem a questão de forma que as partes fiquem satisfeitas com o encerramento.
O elástico de um grande amor não estoura com facilidade. É preciso muito mais do que desentendimentos cotidianos para separar duas pessoas, geralmente não é um ou outro fator específico, mas sim a soma de vários desencontros com um componente principal em comum: a falta de diálogo.
Para complicar ainda mais as coisas, as pessoas têm limites diferentes para cada tipo de abuso.
Há relacionamentos que suportam até infidelidade, outros que não sobrevivem a um simples ato de grosseria e aqueles que sucumbem a falta de atitude de uma ou mais partes, como os do artigo “Os cinco minutos que mudam tudo em um relacionamento”.
Ao contrário do que se imagina, pessoas explosivas tendem a esticar o elástico por mais tempo, enquanto pessoas consideradas tranquilas o rompem com menos estímulo.
O melhor caminho para quem está em um relacionamento é conversar abertamente sobre os seus limites. O problema é que nem sempre quem escuta leva o conteúdo da conversa a sério.
De uma forma geral, quando uma das partes abandona o diálogo e passa a tratá-lo com indiferença, o fim é uma questão de tempo e não há muito o que fazer se a atitude não mudar. Nestes casos, quando um não quer, dois não duram.
Nem sempre entendemos o que está acontecendo, temos a tendência de protelar a ruptura até o último minuto. Acreditamos que tudo pode ser consertado. Queremos acreditar. É mais cômodo, mais seguro. Nisso, sofremos.
Qual a hora certa de sacudir a poeira do corpo e seguir adiante?
Gostaria poder escrever sobre esse momento com precisão cirúrgica, dando coordenadas específicas, contudo não consigo. Lidar com nossas questões pessoais já é uma tarefa muito complicada, imagine como seria difícil teorizar sobre o encontro de duas personalidades distintas.
Tenho por mim que é necessário fazer alguns raciocínios para chegar a uma conclusão.
O possível do impossível
Em primeiro lugar, é preciso ver se todas as tentativas possíveis e impossíveis, em favor do relacionamento, foram feitas. Jogar a toalha antes de tentar de tudo não vai te fazer bem. Ficará sempre um “e se…” na sua cabeça.
O amor não mata
Vale lembrar também que, à exceção dos crimes passionais, ninguém morre por amor, nem pela falta dele. Pode ser que seja difícil acreditar nisso caso você esteja passando por problemas na sua vida afetiva, mas é a verdade.
Encare os fatos
Pode ser também que seja a hora de sair do ego e encarar a realidade. A outra pessoa é o grande amor da sua vida? Ótimo para ela! Mas e se você não for o dela, como é que fica? Há de convir que essa possibilidade existe.
O banco do amor
Uma conta também deve ser feita e deve levar em consideração o que você sente. Vamos partir de uma premissa básica: a vida é curta. E o que tem isso a ver? Tudo! Se a sua está sendo mais marcada negativamente do que positivamente pela outra pessoa, e, você não vê possibilidade de melhora, é mais do que hora de seguir adiante.
Sei que será difícil olhar para frente, mas é necessário aceitar que é preciso. Não escrevo isso como se olhasse uma paisagem através de uma janela. Escrevo como mais alguém que passa pelo problema e que sabe que o remédio é amargo, que pode levar tempo, mas essencial.
Até mais!
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
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