Friday, 26 de April de 2024

Mais de trinta

Um relacionamento dura o tempo que tem que durar

Um relacionamento dura o tempo que tem que durar

Um relacionamento dura o tempo que tem que durar

Muitas vezes reclamamos da forma como as pessoas entram, saem ou se mantém em nossas vidas.

Penso que o maior erro é acreditar que as pessoas chegam em nossas vidas apenas com qualidades. Não! Elas chegam com todas suas qualidades e defeitos. Em geral fazem promessas que sabemos que não serão cumpridas. Muitas vezes essas promessas não são cumpridas e a razão nem é má intenção da outra parte. De fato, quando prometeu o propósito era cumprir. Mas em geral não conseguimos manter as promessas em situações adversas, quando as condições mudam. Isso não é exatamente uma sacanagem com a outra parte, muitas vezes nós mesmos nos sentimos frustrados por não cumprir o que prometemos, mas as coisas mudam, os sentimentos mudam, a vida muda e podemos mudar nossas promessas.

Na verdade, o ideal é não fazer promessas, pois devemos ter o autoconhecimento e a consciência de que não conseguiremos manter aquilo pra sempre.

Costumamos julgar os outros sem tentar entender suas razões, sem tentar entender o que está sentindo, apenas considerando nosso lado da história, nossa visão, nossos parâmetros. Não se trata de estar certo ou errado, de termos ou não razão, mas apenas de tentar entender o outro.

Muitas vezes cobramos uma cumplicidade incondicional, mas não damos isso em troca e muitas vezes o outro não consegue dar isso em momentos difíceis, especialmente quando falamos em rompimentos.

Nem todos lidam bem com rompimentos, com perdas e devemos respeitar isso, respeitar e entender que em momentos assim, de stress intenso e limites, as pessoas lidam com as coisas como conseguem embora isso não signifique q seja a melhor maneira.

Um rompimento, no caso de rompimentos de relacionamentos afetivos sempre causa mágoas, nunca tem apenas um lado… são duas pessoas, com suas qualidades, defeitos, medos, dúvidas, expectativas, frustrações e principalmente responsabilidades. Em um rompimento, salvo raríssimas exceções, não há papéis de mocinhos e bandidos muito bem definidos. Ambos acertaram, erraram e as coisas chegaram à situação limite.

Um dia, um amigo disse que eu o havia decepcionado. Era uma bobagem…. relacionado a um gosto pessoal por uma banda, mas ele pareceu de verdade chateado e decepcionado. Então pensei e disse a ele que eu não poderia fazer nada, pois a decepção não ocorre com relação a mim, mas sim com relação ao que ele esperava de mim, à imagem criada pela fantasia dele. Não posso ser responsável pelo que as pessoas fantasiam sobre mim, não tenho que corresponder ao que elas esperam, fantasiam, às suas expectativas.

Se não há fantasia, não há expectativa e, consequentemente não há decepção.

Não criar expectativas é muito difícil, mas talvez a única forma de não se decepcionar, de manter um relacionamento intacto.

Mais do que qualquer outra coisa, são as expectativas que fazem as pessoas se tornarem inimigas, se magoarem tanto nos rompimentos. Mas isso não significa que nunca tenha sido de verdade, que nunca tenha havido “amor”. Tampouco devemos ter a sensação de ter “perdido tempo”. Não se pode dizer que “não deu certo”. Por um dia, um ano, um mês, uma década ou mais, deu certo enquanto durou… em um dado momento deixou de dar certo, o amor acabou e houve o rompimento.

Encerrou-se um ciclo para iniciar outro, ou outros…

Mas somente é possível passar, encerrar quando tudo foi vivido. Se deixou de ser vivido, não há como encerrar o ciclo, pois o mesmo sequer foi iniciado.

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