19 de março de 2014 Enviado por Luciana Mazzilli colunistas luciana-mazzilli auto estima narcisismo narciso vaidade vaidades
Vaidade demais, pessoas inteiras de menos
Todos nós somos dotados de desejos e vontades de alcançar reconhecimento e aprovação do meio em que vivemos. Vaidade, aquele tal pecado capital, visto como orgulho, sempre tratado com demasiado desprezo, diziam-se os estudiosos que era o pecado mais triste, em que a pessoa se perdia dentro de si.
Na mitologia grega existe um exemplo fascinante e poético, quem não se lembra de ter ouvido falar sobre Narciso, filho de Deus- rio com uma das ninfas mais lindas. Dotado de uma beleza esplendorosa, Narciso era muito insensível com questões amorosas, todos diziam que jamais se apaixonaria e nem amaria ninguém por sua exigência e ego. Todas as ninfas eram perdidamente apaixonadas por ele, algumas definharam seus belos corpos pela rejeição do moço, e outras clamaram fervorosamente por vingança.
Aquela bela imagem que muitos conhecem de Narciso refletido como espelho aos pés do lago, simboliza a paixão por si próprio. Ele não pudera realmente amar mais ninguém, se não a si mesmo. Narciso estava condenado a estar lá, para sempre, preso pela beleza da sua imagem, preso pela sua vaidade, essa era sua sentença mais triste. Essa historia serve para ponderar a diferença da auto- estima e vaidade. Uma se faz necessária e a outra é perigosa.
A vaidade se fantasia de muitas coisas, mas ela acorrenta a alma. È uma forma egoísta de enxergar a si, mas não ver o mundo e os outros. Você se veste às vezes de algo que não é, e ninguém lhe vê inteiro. A verdade é que a vaidade é algo muito mais externo, consagrado pela aparência do que a auto-estima, que vem de dentro para fora, a real beleza.
Claro que desde pequenos alguns são mais confiantes do que outros. Somos as somas de nossas vivências, acertos e erros. Somos cheios de referências daquilo que achávamos certo seguir e ser, referências estas, que serão os fatores decisivos para que você se torne o que é. O exibicionismo, por exemplo, faz parte de uma personalidade. Existe também um vicio comportamental que floresce das coisas que conquistamos na vida, de como somos vistos no nosso meio social como necessidades de auto-afirmação.O que o mundo cobra de nós e o que cobramos de nós mesmos. O que somos de verdade e o que mostramos ou queremos ser. A competição pode até ser sadia, mas é preciso atenção sempre, para que isso não se torne algo ruim.
Vale lembrar que estarão presente na natureza humana sempre, no mercado de trabalho, nos pregados valores sociais e padrões comportamentais, na supervalorização estética, também na forma do culto e intelecto. Não se pode ser algo apenas para resultar em mostrar aos outros. Ao cultuar seu amor próprio ao extremo, vangloriando-se de suas conquistas de uma forma ruim, ao invés de pensarmos em sermos apenas e singelamente melhores pessoas, com defeitos e qualidades, superando traumas, neuras, empecilhos, sempre buscando uma evolução maior e mais duradora, daquilo que somos por dentro. Se amar e gostar de si, gostar do que vê no espelho, mas ficar confortável quando não acordar em seus melhores dias.
A vaidade nos leva a amar as imagens projetadas pela ficção que há na nossa mente e ficamos presos a nossa imaginação.
Liberte-se das vaidades.
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