Muito prazer, sinta-se ridícula(o) por falar comigo, não importa que você me ache uma boa pessoa ou qualquer definição do tipo, menos ainda que se abra e se mostre com todas as virtudes e todos os defeitos – correndo o risco inclusive de ser exposta(o) por aí em conversas informais – afinal de contas, não há nada demais nisso.

Vamos esquecer que somos reflexo do outro nas pequenas considerações, vamos esquecer o que significa maturidade e respeito, porque do outro lado, meu caro, minha cara, existem um milhão de frustrações e medos que não precisam ser pisados ainda mais, mas ainda assim serão.

Muito prazer, e por favor, seja breve, não crie vínculos, raiz, não tenha tempo de escrever mais do que duas linhas, nem se prolongue em conversas por mais de alguns minutos. Sabe como é, pega mal ter sentimentos hoje em dia, então por favor, esconda-os o quanto antes e o mais fundo que puder, a ponto de se esquecer que eles existem. Sentimentos dão trabalho e são patéticos, porque nos deixam vulneráveis, então livre-se deles.

Hoje em dia ser humano virou motivo de piada, relações mais profundas não são bem vistas em tempos de aplicativos que se escolhe o que é bom ou ruim através de dois cliques em formato de coração. Aliás, que ironia, corações são bem vistos apenas em analogias, fora do peito ou dentro dele é melhor evitar.

Ah, por falar em evitar, lembre-se também da indiferença e use-a sem moderação; ser indiferente é o novo chique das relações humanas, cada um por si, com a sua vida, seu umbigo, seus problemas, suas frustrações. Compartilhar só está na moda no que diz respeito as redes sociais.

E levando em consideração que a ideia é não criar intimidade e no ritmo que as coisas fluem, bom, nesse ritmo eu só tenho tempo de me aprofundar até aqui.

Foi um prazer.

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